O MARAVILHOSO AMOR DE DEUS
O amor de um pai por
seu filho é uma força poderosa. Pense no casal com seu bebê recém-nascido. O
menino não oferece a seus pais absolutamente nada. Nem dinheiro, nem
habilidades, nem palavras de sabedoria. Se tivesse bolsos, estariam vazios. Ver
um bebê deitado em seu berço é ver um indefeso. O que ele tem para ser amado?
O que quer que tenha, mamãe e papai sabem identificar. Senão, observe o
rosto da mãe enquanto atende a seu bebê. Ou o olhar do papai enquanto o embala.
Nem tente causar dano ou falar mal do menino. Se o fizer, vai se deparar com
uma força poderosa, porque o amor dos pais é uma força poderosa.
Em uma ocasião, Jesus disse que, se nós, os humanos, formos capazes de
amar assim, quanto mais não nos amará Deus, o Pai, sem pecado e generoso.
Mas, o que acontece quando o amor não é correspondido? O que ocorre ao
coração do Pai quando o filho se vai?
*
A rebeldia atacou o mundo de Joe como uma tempestade de neve a Minnesota.
Quando já tinha idade suficiente para dirigir um automóvel, Madeline
decidiu que era suficiente adulta para dirigir sua própria vida. E essa vida
não incluía seu pai.
«Devia ter imaginado», diria Joe mais tarde, «mas por minha vida que não o
fiz». Não soubera o que fazer. Não sabia como lidar com narizes com piercings
nem com blusas apertadas. Não entendia de baladas nem de notas ruins. E, o que
é pior, não sabia quando falar e quando guardar silêncio.
Ela, por outro lado, sabia tudo. Quando falar com seu pai: Nunca. Quando
ficar calada: Sempre. Entretanto, as coisas eram inversas com seu amigo da rua,
aquele moço fracote e tatuado. Não era um bom moço, e Joe sabia.
Não ia permitir que sua filha passasse a véspera de Natal com esse moço.
«Passará a noite conosco, senhorita. Comerá o bolo da vovó na ceia em sua
casa. Celebraremos juntos a véspera de Natal».
Embora estivessem sentados à mesma mesa, perecia que estavam em pontos
diferentes da cidade. Madeline brincava com a comida sem dizer uma palavra. A
avó tentava conversar com Joe, mas ele não estava com humor para conversar. Uma
parte dele estava furiosa; a outra parte estava desconsolada. E o resto dele
teria dado qualquer coisa para saber como falar com esta menina que antigamente
se sentava em seus joelhos.
Chegaram os familiares trazendo com eles um bem-vindo final ao
desagradável silêncio. Com a sala cheia de ruídos e gente, Joe se manteve em um
extremo e Madeline no outro.
«Ponha música, Joe», lembrou-lhe um de seus irmãos. Assim fez.
Pensando que seria uma boa idéia, dirigiu-se para onde estava sua filha:
«Dançaria com seu papai esta noite?»
Pela forma como ela bufou e se voltou, poderia se pensar que lhe havia
falado algo insultante. Diante da vista de toda a família, dirigiu-se para a
porta da rua, abriu-a, e se foi, deixando seu pai sozinho. Muito sozinho.
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